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quarta-feira, 8 de maio de 2013

E se passaram dezoito anos!



08 de maio de 1995. Tudo era muito novo - para mim e para você. Eu, iniciando uma experiência inédita na vida. E você iniciando a sua própria vida. Alegria, ansiedade, expectativa. E também receios, dúvidas, inseguranças. Porém, sempre a minha certeza do sentimento maior, soberano e onipresente: o amor. 
Numa chuvosa noite de segunda-feira, seus pequenos olhos negros abriram-se para o mundo e seu choro cessou no meu peito. Iniciamos ali uma história de cumplicidade, carinho e bem-querer. Uma história da qual passaram a participar pai, avós, padrinhos, tios, tias, primos e amigos. 
A chegada à nossa casa foi cercada de cuidados. Mãe sem experiência que era, eu temia que  som, luz ou muitas pessoas pudessem perturbar aquele frágil ser. Com o tempo, aprendi que os bebês não são tão indefesos assim. Eles têm os seus mecanismos de proteção e sua personalidade própria. E você desde muito cedo demonstrou gostar da casa cheia!
Após alguns meses de vida, apareceram os primeiros amiguinhos: dois bebês moradores do pequeno prédio de Vila Isabel. Você se lembra? E na sala do apartamento, sobre o tapete colorido  de borracha, arrastavam-se os corpinhos na ânsia de ganhar o mundo. Aos poucos, você passou a levantar-se e apoiar os bracinhos no sofá, até que seus primeiros passos se deram. Também as primeiras frases se emitiram e você começou a comunicar-se com mais clareza. Fazia discursos completos, ora em português, ora em 'mayarês', sua língua própria que tanto nos encantava.
E chegou a primeira escola. Chegaram os novos amigos, as professoras e as descobertas de um mundo maior. Surgiram os primeiros desafios.
Mudamos para um apartamento mais amplo. E nas varandas da Tijuca, você viveu novas experiências. No novo bairro, você passou a frequentar uma outra escola e expandiu o seu conhecimento de mundo. Experimentou ser bailarina, nadadora, desenhista e flautista. Fez amizades que permaneceram e amizades que se foram. Aflorou a sua criatividade em desenhos, que eram minuciosamente traçados e pintados em vivas cores. Desenvolveu sua imaginação em histórias que criou e poemas que escreveu. Exercitou sua sensibilidade no amor que dedicou aos seus animaizinhos de estimação - os dois hamsters fêmeas. Explorou seu humor em  personagens  e performances cômicas que desenvolveu, nos fazendo gargalhar nos almoços de família, quando a professora siliconada se apresentava  para seus alunos.
Ocorreu uma nova mudança de apartamento. Dessa vez causada pela alteração na estrutura  do núcleo familiar. Pai e mãe separados de corpos, porém unidos permanentemente  no amor por você. Chegou a pequena Yorkshire para integrar-se à família.
Iniciou-se o ensino médio e diferentes amizades surgiram. Muitos professores. Estudos ampliados. Novidades.  A infância foi sendo deixada para trás e a adolescência começou a despontar. As transformações no corpo, as inseguranças, os interesses diversos. A descoberta do teatro e a vontade de ser atriz. Sua personalidade se definindo: a indignação com as injustiças, a lealdade com os amigos, a compaixão pelos animais, a vaidade feminina, o controle do dinheiro e o gosto pelos prazeres da vida. Com a proximidade da conclusão dos estudos, a angústia da escolha de uma profissão. Até a decisão se concretizar.
No início deste ano, abriu-se uma gigantesca porta em sua vida: a universidade. Sonhos, desapontos, muitas coisas acontecendo e tantas outras por vir. Nossa, o tempo passou! 
Modificações ocorreram. Pessoas queridas partiram e outras chegaram. É, minha filha, assim é a vida: movimento constante, evolução incessante. E se passaram dezoito anos! 
Hoje é dia de agradecimentos: a Deus, por fazer de você minha filha; à vida, por nos manter unidas até agora e a você, pelo ser humano que é. Hoje é dia de votos: que você descubra as suas verdades, que trace o caminho da sua felicidade, que se realize pessoal e profissionalmente. Hoje é dia de gritar bem alto: FELIZ ANIVERSÁRIO! E lembrar a você, moça Mayara, que para sempre eu vou te amar!