A pergunta é um grande lugar-comum, mas é ela que me vem à mente ao sentar-me na pequena poltrona da sala deste pitoresco apartamento na Boulevard Saint Michel, número 34, em Quartier Latin. Após arrumar as malas que me acompanharão na partida da França amanhã, sento-me para descansar um pouco e ouço as badaladas do sino de uma igreja próxima soarem doze vezes: meio-dia de primeiro de janeiro de 2012. Olhando o céu cinza claro e brilhante de Paris através da janela que me protege contra o frio, lembro-me da luminosidade dos quadros de Van Gogh deixados ontem no Musée d’Orsay.
E me chega ao pensamento a pergunta: O que se leva da vida?
Afrouxo os músculos cansados das caminhadas dos últimos dias, desfruto o aroma do brie da manhã ainda pairando no ambiente, fixo o olhar nas chaminés dos telhados vizinhos e me entrego ao silêncio do momento. O que se leva da vida? Surge uma nova imagem diante dos meu olhar perdido. Esta agora repleta de detalhes e informações. Para apreciá-la, concentro-me em suas minúcias como os entalhes dos portais da monumental Notre Dame: Noite clara e fria, iluminação festiva no pier número 7, ambiente de meia-luz no interior da embarcação. Suave música francesa na voz de mulher, notas de contra-baixo, acordes de violão e piano. Mesa para dois na lateral envidraçada. Rosas vermelhas e contas transparentes e negras sobre a toalha branca. Kir royale, vinho branco, vinho tinto e champagne acompanhando pratos de degustação. As águas do Sena refletidas no teto de vidro e o deslizar suave do bateaux. As mais belas construções da Cidade Luz nos saudando às margens do rio. Ponte Nova, pontes velhas, Ponte Alexandre. Variadas nacionalidades reunidas na noite de réveillon: Anas, Anettes, Annies brindando o novo ano.
O que se leva da vida? Bem, na tentativa de compartilhar a magia de estar em Paris às vésperas do ano novo, deixo a minha resposta: Leva-se da vida a fé nas coisas boas que certamente virão – ainda que o céu esteja cinza (claro ou escuro). Leva-se da vida o reconhecimento das conquistas individuais – ainda que elas não sejam monumentais. E, acima, de tudo, leva-se da vida o eterno agradecimento pela oportunidade de viver!
Que em 2012 nós saibamos responder a pergunta tão lugar-comum de uma forma realmente especial e única! Bonne Anné!
Ai que coisa linda passar o Ano Novo em Paris... é de fato, excelente para pensar e matutar as idéias dessa vida.
ResponderExcluirFeliz Ana Nova! :)
Isso, Nanda!! Ana Nova!! Adorei! bjs
ResponderExcluirLindo texto!! Adorei sua reflexão e conclusão sobre o que se leva da vida! Bonne Anné!!!
ResponderExcluirAna,
ResponderExcluirConfesso que fiquei um tanto emocionada com seu texto...tão lindo..tão verdadeiro. Fixei meu olhar em algumas partes do texto e pude "picture the scene"...nossa, Paris deve ser mesmo um encanto.
Adorei quando você diz "Leva-se da vida o reconhecimento das conquistas individuais – ainda que elas não sejam monumentais. E, acima, de tudo, leva-se da vida e eterno agradecimento pela oportunidade de viver!" Essas frases dizem muita coisa, acho que coisas muito importantes para se pensar durante todo esse ano que está por vir!
Parabéns de novo, Ana! Divirta-se em London!
Bj gigante,
Carol
Ana, como já disseram aí, bonita mensagem para o ano novo!
ResponderExcluirParabéns e que esse seja um ano de ainda mais conquistas.
Bjo
Mauro
Leva-se da vida tudo que voce descreve tão bem. E eu, além disso, levo gravado na alma tua imagem, com carinha de menina feliz... que eu AMO!!!!
ResponderExcluirCali