Na Semana Nacional de Poesia,atrevo-me a publicar três poemas.
HORA MARCADA
É grave.
Porém às dez não mais se agrava
a desgraça que na garota paira.
Às dez, a graça reata.
Às dez, a família grata.
Às dez, não mais grave.
Não mais gravidez.
CIDADE GRANDE
Acorda o dia.
E com ele as mazelas da cidade.
Na esquina do borracheiro,
o pedinte enxuga o suor do rosto
com o pano que limpa os carros.
Em meio ao trânsito caótico,
o motoqueiro ultrapassa
e é lançado ao chão.
Na entrada do túnel,
o rio de esgoto jorra
sobre os veículos apressados.
O prenúncio de mais um dia se faz presente.
(INS)PIRAÇÃO
E foi-se a inspiração,
que, fugaz, aproximou-se e partiu.
Foi-se o sopro de ar
que poderia tudo renovar.
Foi-se antes de nascer
o que jamais deveria morrer.
Ficou a piração do poeta,
enlouquecido pelo vazio do papel em branco.
Ana,
ResponderExcluirGostei dessa estreia aqui. Poesia é tão libertador! Sempre vale muito a pena, a caneta, o lápis, o laptop. O que vier primeiro, se esse for o jeito que a gente encontra para não perder a inspiração. Que pode virar mesmo uma grande piração. E eu acho que a piração não precisa ser a morte da inspiração. Mas seu princípio. Quando estou muito "pirado", acabo escrevendo mais ainda. Você não sente isso às vezes?
Parabéns, poetisa.
Com certeza! A piração é o que tantas vezes faz preencher o vazio sim! Obrigada pela contribuição, Mauro.
ExcluirMinha poetisa é a minha poesia de vida!!!
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